O que é?
A hiperatividade e
déficit de atenção é um problema mais comumente visto em crianças e se baseia
nos sintomas de desatenção (pessoa muito distraída) e hiperatividade (pessoa
muito ativa, por vezes agitada, bem além do comum). Tais aspectos são
normalmente encontrados em pessoas sem o problema, mas para haver o diagnóstico
desse transtorno a falta de atenção e a hiperatividade devem interferir
significativamente na vida e no desenvolvimento normais da criança ou do
adulto.
Quem apresenta?
Estima-se que cerca
de 3 a 6% das crianças na idade escolar (mais ou menos de 6 a 12 anos de idade)
apresentem hiperatividade e/ou déficit de atenção. O diagnóstico antes dos
quatro ou cinco anos raramente é feito, pois o comportamento das crianças nessa
idade é muito variável, e a atenção não é tão exigida quanto de crianças
maiores. Mesmo assim, algumas crianças desenvolvem o transtorno numa idade bem
precoce. Aproximadamente 60% dos pacientes que apresentaram TDAH na infância
permanecem com sintomas na idade adulta, embora que em menor grau de
intensidade. Na infância, o transtorno é mais comum em meninos e predominam os
sintomas de hiperatividade. Com o passar dos anos, os sintomas de
hiperatividade tendem a diminuir, permanecendo mais frequentemente a desatenção,
e diminuindo a proporção homem x mulher, que passa a ser de um para um.
Como se desenvolve?
Geralmente o
problema é mais notado quando a criança inicia atividades de aprendizado na
escola, pelos professores das séries iniciais, quando o ajustamento à escola se
mostra comprometido. Durante o início da adolescência o quadro geralmente
mantém-se o mesmo, com problemas predominantemente escolares, mas no final da
adolescência e início da vida adulta o transtorno pode acompanhar-se de
problemas de conduta (mau comportamento) e problemas de trabalho e de
relacionamentos com outras pessoas. Porém, no final da adolescência e início da
vida adulta ocorre melhora global dos sintomas, principalmente da
hiperatividade, o que permite que muitos pacientes adultos não necessitem mais
realizar tratamento medicamentoso para os sintomas.
O que causa?
Os estudos mais
recentes apontam para a genética como principal causa relacionada ao
transtorno. Aproximadamente 75% das chances de alguém desenvolver ou não o TDAH
são herdadas dos pais. Além da genética, situações externas como o fumo durante
a gestação também parecem estar relacionados com o transtorno. Fatores
orgânicos como atrasado no amadurecimento de determinadas áreas cerebrais, e
alterações em alguns de seus circuitos estão atualmente relacionados com o
aparecimento dos sintomas. Supõe-se que todos esses fatores formem uma
predisposição básica (orgânica) do indivíduo para desenvolver o problema, que
pode vir a se manifestar quando a pessoa é submetida a um nível maior de
exigência de concentração e desempenho. Além disso, a exposição a eventos
psicológicos estressantes, como uma perturbação no equilíbrio familiar, ou
outros fatores geradores de ansiedade, podem agir como desencadeadores ou
mantenedores dos sintomas.
Como se manifesta?
Podemos ter três
grupos de crianças (e também adultos) com este problema. Um primeiro grupo
apresenta predomínio de desatenção, outro tem predomínio de
hiperatividade/impulsividade e o terceiro apresenta ambos, desatenção e
hiperatividade. É muito importante termos em mente que um "certo
grau" de desatenção e hiperatividade ocorre normalmente nas pessoas, e nem
por isso elas têm o transtorno. Para dizer que a pessoa tem realmente esse
problema, a desatenção e/ou a hiperatividade têm que ocorrer de tal forma a
interferir no relacionamento social do indivíduo, na sua vida escolar ou no seu
trabalho. Além disso, os sintomas têm que ocorrer necessariamente na escola (ou
no trabalho, no caso de adultos) e também em casa. Por exemplo , uma criança
que "apronta todas" em casa, mas na escola se comporta bem, muito
provavelmente não tem hiperatividade. O que pode estar havendo é uma falta de
limites (na educação) em casa. Na escola, responde à colocação de limites,
comportando-se adequadamente em sala de aula.
No adulto, para se
ter esse diagnóstico, é preciso uma investigação que mostre que ele já
apresentava os sintomas antes dos 7 anos de idade.
Quais são os sintomas da pessoa com desatenção?
Uma pessoa
apresenta desatenção, a ponto de ser considerado como transtorno de déficit de
atenção, quando tem a maioria dos seguintes sintomas ocorrendo a maior parte do
tempo em suas atividades:
freqüentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por
descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras;
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com freqüência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou
atividades recreativas;
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com freqüência não segue instruções e não termina seus deveres
escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais, não chegando ao final
das tarefas;
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freqüentemente tem dificuldade na organização de suas tarefas e
atividades;
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com freqüência evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas
que exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de
casa);
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freqüentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades;
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é facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa principal que
está executando;
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com freqüência apresenta esquecimento em atividades diárias;
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Quais são os sintomas da pessoa com hiperatividade?
Uma pessoa pode
apresentar o transtorno de hiperatividade quando a maioria dos seguintes
sintomas torna-se uma ocorrência constante em sua vida:
freqüentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
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com freqüência abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras
situações nas quais se espera que permaneça sentado;
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freqüentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isso
é inapropriado (em adolescentes e adultos, isso pode não ocorrer, mas a
pessoa deixa nos outros uma sensação de constante inquietação);
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com freqüência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente
em atividades de lazer;
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está freqüentemente "a mil" ou muitas vezes age como se
estivesse "a todo vapor";
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freqüentemente fala em demasia.
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Além dos sintomas
anteriores referentes ao excesso de atividade em pessoas com hiperatividade, podem
ocorrer outros sintomas relacionados ao que se chama impulsividade, a qual
estaria relacionada aos seguintes aspectos:
freqüentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem
sido completadas;
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com freqüência tem dificuldade para aguardar sua vez;
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freqüentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por
exemplo, intrometendo-se em conversas ou brincadeiras de colegas).
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Importância de tratamento médico para os
portadores do transtorno.
São vários os
motivos que mostram ser de grande importância médica fazer o diagnóstico e se
tratar a criança (ou o adulto) com o transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade.
Primeiro, é
importante se fazer o tratamento desse transtorno para que a criança não cresça
estigmatizada como o "bagunceiro da turma" ou como ou
"vagabundo", ou como o "terror dos professores".
Segundo, para que a
criança não fique durante anos com o desenvolvimento prejudicado na escola e na
sua vida social, atrasado em relação aos outros colegas numa sociedade cada vez
mais competitiva.
Terceiro, é
importante fazer um tratamento do transtorno para se tentar minimizar consequências
futuras do problema, como a propensão ao uso de drogas (o que é relativamente frequente
em adolescentes e adultos com o problema), transtorno do humor (depressão,
principalmente) e transtorno de conduta.
O diagnóstico deve
ser feito por um profissional de saúde capacitado, geralmente neurologista,
pediatra ou psiquiatra. O diagnóstico pode ser auxiliado por alguns testes
psicológicos ou neuropsicológicos, principalmente em casos duvidosos, como em
adultos, mas mesmo em crianças, para o acompanhamento adequado do tratamento.
O tratamento
envolve em alguns casos o uso de medicação, geralmente algum psico-estimulante
específico para o sistema nervoso central, uso de alguns antidepressivos ou
outras medicações. Deve haver um acompanhamento do progresso da terapia,
através da família e da escola. Além do tratamento medicamentoso, uma
psicoterapia deve ser mantida, na maioria dos casos, pela necessidade de
atenção à criança (ou adulto) devido à mudança de comportamento que deve
ocorrer com a melhora dos sintomas, por causa do aconselhamento que se deve
fazer aos pais e para tratamento de qualquer problema específico do desenvolvimento
que possa estar associado. E tratamento fonoaudiológico quando envolve aspectos
de aprendizado.
Um aspecto
fundamental desse tratamento é o acompanhamento da criança, de sua família e de
seus professores, pois é preciso auxílio para que a criança possa reestruturar
seu ambiente, reduzindo sua ansiedade. Uma exigência quase universal consiste
em ajudar os pais a reconhecerem que a permissividade não é útil para a
criança, mas que utilizando um modelo claro e previsível de recompensas e
punições, baseado em terapias comportamentais, o desenvolvimento da criança
pode ser melhor acompanhado.
Fonte: abcdasaude.com.br
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