segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O cérebro guarda para sempre os sons da língua materna...

Mesmo que você não seja mais fluente nela, aponta estudo
 
Sua língua materna deixa para sempre uma marca no seu cérebro. Essa foi a conclusão de uma pesquisa realizada no Canadá e publicada no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), nos Estados Unidos. Pesquisadores analisaram um grupo composto por 49 meninas de 9 a 17 anos da região de Montreal, no Canadá, onde o francês é a língua oficial. O estudo mostrou que aquelas que nasceram na China e foram adotadas por famílias canadenses quando tinham apenas 1 ano de idade ainda eram capazes de reconhecer fonemas do mandarim.
 
 
As meninas foram divididas em três grupos. No primeiro estavam as francófonas, que jamais foram expostas ao idioma chinês. O segundo era de chinesas adotadas por famílias canadenses, que só sabiam falar francês, e o terceiro, de meninas chinesas bilíngues, que dominavam ambas as línguas. As garotas entraram em contato com fonemas típicos do idioma chinês, e, por meio de um exame de ressonância magnética, os pesquisadores puderam examinar quais áreas do cérebro foram ativadas por esses sons. Então notaram que, mesmo que as meninas do segundo grupo, adotadas por famílias canadenses, falassem apenas o francês, seu cérebro ainda era capaz de reconhecer o idioma materno.
 
Para a fonoaudióloga Bianca Queiroga, presidente com Conselho Federal de Fonoaudiologia, em Brasília, esse fenômeno tem a ver com a neuroplasticidade, que determina a facilidade de adaptação do cérebro da criança ao estímulo que ela recebe do ambiente. “Até os 6 anos, período crítico para o desenvolvimento, o cérebro está mais maleável a todos os estímulos. Isso explica por que essas crianças guardaram o sons do mandarim mesmo sem serem expostas ao idioma”. É como se nos primeiros anos de vida o cérebro fosse uma esponja, capaz de absorver tudo o que lhe é apresentado. O resultado é que elas adquirem um vasto repertório do mundo. Nesse caso, o conhecimento pode ser muito valioso para a aprendizagem do chinês e de novas línguas.
 
Bilíngue ou não: eis a questão
Muitas famílias que passam pela experiência de se mudar para outros países temem que os filhos comecem a confundir a língua materna com o novo idioma e, no final das contas, não falem nenhum dos dois direito. Mas, na maioria dos casos, quando a criança tem um desenvolvimento normal, Bianca garante que não há com o que se preocupar: “Os pais não devem ter medo que as crianças façam confusão, porque elas vão aprendendo naturalmente as duas línguas. A aprendizagem bilíngue, aliás, traz uma enorme vantagem: faz com que a criança domine ambos os idiomas como falante nativo”, explica.
 
É exatamente isso o que acontece na casa de Camila Bauhain, 32 anos, empresária. Ela é casada com um francês, mas mora aqui no Brasil com os filhos Vivi, de 4 anos e meio, e Théo, de 2. Na França, Camila só falava em português com as crianças quando eles estavam em casa. Mas hoje que vivem por aqui é o contrário: em família, o idioma oficial é o francês. “Fiquei preocupada no começo, mas perguntei à pediatra e à psicóloga e elas me explicaram que não teria problemas, porque, até os 5 anos, as crianças pensam que os dois idiomas são um só”, conta. Vivi logo vai começar a ser alfabetizada e Camila parece tranquila: “Ainda não sabemos como vai ser, mas trazemos de nossas viagens muitos livrinhos em francês e meu marido vai poder ajudá-la.”
 
É claro que é possível aprender uma segunda, terceira ou até quarta língua em qualquer idade, já que o cérebro sempre terá a capacidade de se adaptar. No entanto, se a aprendizagem não for bilíngue, esses novos idiomas serão falados com menos destreza do que a língua materna. Prova disso são as pessoas que vivem em outros países há anos e não são capazes de falar como os nativos, apesar de serem fluentes. Sempre tem um sotaque, uma expressão, uma construção de frase que acaba denunciando que aquele não é o primeiro idioma aprendido.
 
Por esse motivo, muitos pais que querem estimular a aprendizagem de um segundo idioma fazem questão de que os filhos estudem em colégios bilíngues. Porém, Bianca faz um alerta: “Ser bilíngue não é o único aspecto que deve determinar a escolha da escola. É preciso considerar a proposta pedagógica e a abordagem da escola, para garantir que a criança aprenda esse novo idioma de forma natural.”
 
Além disso, é preciso levar em conta que muitas dessas escolas bilíngues não dão tanta ênfase ao aprendizado da culltura brasileira: priorizam a história, os costumes e as tradições dos países falantes do idioma a ser aprendido. Cabe a cada família pôr tudo isso na balança e decidir o que deve ser priorizado na educação da criança. Se há algum vínculo familiar com a cultura que será ensinada, pode ser uma experiência interessante para resgatar suas origens. Mas se não há conexão nenhuma, por que aprender mais sobre um país alheio do que do sobre o país em que você nasceu e vive?
 
E os cursinhos de idiomas?
Para Bianca, os cursos extracurriculares podem começar a partir da Educação Infantil, por causa da facilidade para a aprendizagem que a neuroplasticidade propicia. No entanto, ela alerta: "Os pais não devem forçar a criança, devem apenas incentivar, ficando atentos para a reação dela em relação às atividades propostas no ensino do novo idioma. Diante de reações negativas como recusa de ir as aulas ou perda do interesse, a atividade deve ser repensada".
 
Além de ter certeza que a atividade não é apenas instrutiva, como também prazerosa para a criança, também é preciso ficar atento à sobrecarga curricular. Lembre-se de que, além da obrigação de ir à escola regular, é preciso deixar tempo livre para o descanso e para o lazer.

Fonte: Revista Crescer

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Atuação Fonoaudiológica na Esclerose Lateral Amiotrófica

A E.L.A. é uma doença degenerativa e progressiva que leva a morte seletiva de neurônios do sistema nervoso central, no caso, os neurônios motores que controlam os movimentos de toda musculatura de membros inferiores e superiores, laringe e região orofacial. Tem início insidioso e curso progressivo. (AbrELA, 2003).
 
O objetivo da Fonoaudiologia é a manutenção das funções orais ligadas à fala, voz e deglutição.

Durante a evolução da ELA, ocorre uma disfunção da musculatura orofaringolaringeal e da musculatura respiratória, devido a degeneração dos neurônios motores do trato corticobulbar, resultando em queixas de disartria, dispnéia, disfonia e disfagia.
 
A Disartria (alteração na expressão verbal causada por uma alteração no controle muscular dos mecanismos da fala) compromete a produção oral que é o nosso principal meio de comunicação, qualquer alteração na emissão dos sons da fala representa não somente perdas físicas, mas sociais e emocionais, deixando a parte o convívio familiar e social. A implementação de Comunicação Alternativa é fundamental para manter o paciente interagindo com seus familiares e as pessoas que o cercam.

A Disfagia é preocupante, deve ser avaliada e tratada para não ocasionar problemas secundários como a desnutrição, desidratação e complicações pulmonares. As mudanças na consistência dos alimentos é uma das estratégias do fonoaudiólogo para que o paciente continue se alimentando por via oral de forma segura. Saber o momento certo de sugerir uma via de alimentação alternativa é fator primordial para manter o paciente longe de pneumonias aspirativas em decorrência de alimentação via oral ineficiente quanto à proteção de vias aéreas inferiores.

A demora na realização do diagnóstico impossibilita a monitorização dos sinais e sintomas apresentados e as condutas necessárias a cada estágio, fator que agrava a disfagia e compromete a sobrevida e a qualidade de vida do paciente.

Fonte: Por Juliana M Freitas - www.falandosobreela.blogspot.com.br

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A relação entre voz, linguagem e fala

Antes de tudo, você alguma vez já pensou na diferença que existe entre a sua voz, fala e linguagem?

        A voz é o som produzido pelo ar, lançado dos pulmões na laringe e vibra as pregas vocais. É o som com que se modulam as palavras ou o canto. A fala é o som articulado e moldado pela garganta, dentes, língua, bochechas e lábios. Para falar, movimentamos cerca de uma dúzia de músculos da laringe. O conceito de linguagem é mais complexo. Trata-se do processo mental de elaborar, formular, compreender e interpretar a mensagem. Pode ser por gestos, sinais falados, escritos ou gesticulados, sons, símbolos ou palavras, que são usados para representar conceitos de comunicação, ideias, significados, pensamentos e sentimentos.

É qualquer meio que sirva para exprimir sensações ou ideias. Agregado de palavras e métodos de combiná-los usados por uma nação, povo ou raça; idioma, língua, dialeto.

Se não soubéssemos falar em nenhuma língua, ainda poderíamos nos expressar e nos comunicar por meio de inúmeros e variados sons vocais, sons esses não-verbais, quer dizer, que não pertencem à comunicação falada. São eles:

• chorar;
• gemer;
• gritar;
• soluçar;
• suspirar;
• balbuciar;
• rir;
• gargalhar;
• cantarolar;
• dar estalos com a língua;
• soltar sons lamentosos;
• tossir;
• bocejar;
• roncar;
• respirar ruidosamente;
• espirrar;
• soprar;
• assobiar.


Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Ler para crianças fortalece laços afetivos

Que ler para os pequenos é uma grande diversão, todas as mães já sabiam. Agora, ganharam endosso dos médicos.
A Academia Americana de Pediatria orientou os profissionais a indicarem aos pais que leiam em voz alta, principalmente para crianças de zero a três anos. É uma forma de estimular a linguagem, o desenvolvimento da alfabetização, o aprendizado e o fortalecimento dos laços afetivos.

Livro certo para cada idade:
A partir de 6 anos
A opinião da especialista: “A temática pode ser fantasiosa ou cotidiana, desde que as situações sejam simples e cronológicas”.
  • Família, de Guto Lins (Globo): explica as relações familiares.
  • O tapa, de Ciça (FT D): depois de bater no irmão, o menino se arrepende.
  • Histórias sem palavras (Escala Educacional): com temas como solidão e coragem.
A partir de 8 anosA opinião da especialista: “As histórias já podem ter um conflito central a ser resolvido, de modo que a criança possa interpretar o significado do que está lendo”.
  • Criança pensa, de Lya Luft e Eduardo Luft (Galera Record): a importância dos questionamentos infantis.
  • Musicarium, de Telma Guimarães (Larousse): explica as notas musicais de maneira simples e muito divertida para as crianças.
A partir de 10 anos
A opinião da especialista: “A criança já domina a leitura e tem maior capacidade de concentração”.
  • Três histórias fantásticas, de Luiz Vilela (Scipione): sobre os dilemas vividos pelos jovens.
  • Papai entrou numa fria, de Carlos Villanes Cairo (Edições SM): o ciúmes com a chegada do irmãozinho.
  • Antônio Conselheiro, nem santo, nem pecador, de Marcelo Biar (Rocco): a vida desse importantíssimo personagem da história do sertão nordestino.
A partir de 12 anosA opinião da especialista: “O leitor tem um pensamento mais reflexivo, pode ler de tudo”.
  • O Viajante, Daren Simkin (Objetiva): para dar valor à vida e ao amor.
  • Dizem que sou louco, de George Harrar (Ática): um adolescente com Transtorno Obsessivo Compulsivo.
  • Novo acordo ortográfico da língua portuguesa, Mauricio Silva (Contexto): entenda a nova ortografia.
 Fonte: Revista VivaSaúde, Texto Carol Nogueira

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Psicomotricidade na educação infantil

Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante. É necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento.
O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da recreação a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo.

Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando à formação da sua personalidade.
 
SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS PSICOMOTORES:
engatinhar, rolar, balançar, dar cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados (passeios ao ar livre), subir/ descer entre outras.
Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre cognição e corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.
 
Fonte:http://tianandaeduca.blogspot.com.br


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Sinais e Características de Dislexia

O ideal seria que toda criança fosse testada para detectar se ela sofre de dislexia. Porém, o sistema educacional brasileiro é deficiente e há uma falta de recursos na maioria das escolas do País. Portanto, é importante que pais e professores fiquem atentos aos sinais de dislexia para que possam ajudar seus filhos e alunos.


O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança, apesar de estudar numa boa escola, tem grande dificuldade em assimilar o que é ensinado pelo professor. Crianças cujo desenvolvimento educacional é retardatário podem ser bastante inteligentes, mas sofrer de dislexia. O melhor procedimento a ser adotado é permitir que profissionais qualificados examinem a criança para fazer o diagnostic correto.

A dislexia não é o único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum.

Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande freqüência. Entretanto, esse indicativo não é totalmente confiável, pois muitas crianças, inclusive não-disléxicas, freqüentemente confundem as letras do alfabeto e as escrevem de lado ao contrário.

No Jardim de Infância, crianças disléxicas demonstram dificuldade ao tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas.

Na primeira série, elas não conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar fonemas e reclamam que ler é muito difícil.

Da segunda à quinta série, crianças disléxicas têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras; elas também freqüentemente confundem palavras.

Esses são apenas alguns dos muitos sinais que identificam que uma criança sofre de dislexia.

A dislexia é tão comum em meninos quanto em meninas.

O que pode ser feito?

Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações com mais eficiência. Entretanto, diferente da fala – que qualquer criança acaba adquirindo – a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada. Crianças disléxicas que receberam tratamento desde cedo apresentam uma menor dificuldade ao aprender a ler e se assemelham àquelas que nunca tiveram qualquer dificuldade de aprendizado. Isso evita com que a criança se atrase na escola ou passe a desgostar de estudar.

É importante enfatizar que a dislexia não é curada sem um tratamento apropriado. Não se trata de um problema que é superado com o tempo; a dislexia não pode passar despercebida.

Pais e professores devem se esforçar para identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia. Foram desenvolvidos diversos programas para curar a dislexia. Não há um só tratamento que seja adequado a todas as pessoas. Contudo, a maioria dos tratamentos enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura. Esses tratamentos ajudam o disléxico a reconhecer sons, sílabas, palavras e, por fim, frases.

É aconselhável que a criança disléxica leia em voz alta com um adulto para que ele possa corrigi-la.

É importante saber que ajudar disléxicos a melhorar sua leitura é muito trabalhoso e exige muita atenção e repetição. Mas um bom tratamento certamente rende bons resultados.

Toda criança necessita de apoio e paciência. Muitas crianças disléxicas sofrem de falta de autoconfiança, pois se sentem menos inteligentes que seus amigos. Porém, um bom tratamento pode curar a dislexia.

Apesar das salas de aula estarem lotadas e apesar da falta de recursos para pesquisas, a dislexia precisa ser combatida. Muitos casos de dislexia passam desapercebidos em nossas escolas. Muitas vezes, crianças inteligentíssimas, mas que sofrem de dislexia, aparentam ser péssimos alunos; muitas dessas crianças se envergonham de suas dificuldades acadêmicas, abandonam a escola e se isolam de amigos e familiares. Muitos pais, por falta de conhecimento, se envergonham de ter um filho disléxico e evitam tratar do problema. Isso é lamentável, pois crianças disléxicas que recebem um tratamento apropriado podem não apenas superar essa dificuldade, mas até utilizá-la como benefício para se sobressair pessoal e profissionalmente.
 
Na dúvida procure um fonoaudiólogo.
 
Fonte:Clínica Infatil Reibscheid

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Língua presa - Freio curto de língua

O freio lingual é uma prega de tecido localizada embaixo da língua e que se insere na parte de trás da gengiva inferior. O que muitos chamam de “língua presa” refere-se, na verdade, a um freio lingual curto e com inserção anteriorizada.
 
Em muitos casos, a criança não consegue colocar a língua pra fora e, quando isso é possível, forma-se um sulco no dorso da língua, deixando-a em “forma de coração”. Em bebês, é bastante comum ele ser curto e estreito, dando a impressão de uma língua presa.
 
Entretanto, o diagnóstico e o tratamento dessa pequena anomalia ainda é motivo de discussão e controvérsias entre os profissionais de saúde. Médicos pediatras, odontopediatras e fonoaudiólogos, muitas vezes, acabam não chegando a um denominador comum.
 
O tratamento em si, quando necessário, consiste em um procedimento cirúrgico para a remoção do freio e liberação dos movimentos da língua. A grande dúvida é: quando é necessária a frenectomia?
Na verdade, cada caso é um caso. É o comprimento do freio e o grau de restrição dos movimentos da língua que vão ditar todo o processo.
 
Em casos mais extremos, os movimentos da língua ficam restritos a tal ponto que podem prejudicar a amamentação e, posteriormente, o desenvolvimento da fala. Em situações mais brandas, mesmo tendo o freio considerado curto, a criança não tem nenhum transtorno em seu desenvolvimento, conseguindo uma amamentação tranquila e falando corretamente.
 
Não existe uma idade certa para se realizar a cirurgia, que poderá ser feita pelo odontopediatra ou por um cirurgião pediátrico, e se existem alterações no padrão da deglutição e no padrão articulatório verbal é importante a intervenção do terapeuta da fala para a reorganização do padrão motor da lingua para a função.
 
Entretanto, muitos profissionais optam por fazê-la o quanto antes – desde que seja realmente necessária – a fim de evitar qualquer transtorno para o desenvolvimento da criança. Mas, para isso, é importante que médicos, dentistas e fonoaudiólogos estejam em sintonia, falando a mesma língua!

Fonte: Site Tio Dentista e Clínica Infantil Reibscheid

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Perda Auditiva Induzida por Ruído


O termo ruído é usado para descrever sons indesejáveis ou desagradáveis. Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é continuada, em média 85 decibéis dB por oito horas por dia, ocorrem alterações estruturais na orelha interna, que determinam a ocorrência da Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR).
 
A PAIR é o agravo mais freqüente à saúde dos trabalhadores, estando presente em diversos ramos de atividade, principalmente siderurgia, metalurgia, gráfica, têxteis, papel e papelão, vidraria, entre outros.
Sintomas: perda auditiva, dificuldade de compreensão de fala, zumbido, intolerância a sons intensos. O trabalhador portador de PAIR também apresenta queixas, como cefaléia, tontura, irritabilidade e problemas digestivos, entre outros. Quando a exposição ao ruído é de forma súbita e muito intensa, pode ocorrer o trauma acústico, lesando, temporária ou definitivamente, diversas estruturas do ouvido. Outro tipo de alteração auditiva provocado pela exposição ao ruído intenso é a mudança transitória de limiar, que se caracteriza por uma diminuição da acuidade auditiva que pode retornar ao normal, após um período de afastamento do ruído.
 
A Norma Regulamentadora nº 15 (NR-15), da Portaria do Ministério do Trabalho nº 3.214/1978 estabelece os limites de exposição a ruído contínuo, conforme a tabela a seguir:

Limites de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente:
Nível de ruído (dB)
Máxima exposição diária permissível
85
8 horas
90
4 horas
94
2 horas
100
1 hora
110
15 minutos
115
7 minutos
 Conseqüências:
- em relação à percepção ambiental: dificuldades para ouvir sons de alarme, sons domésticos, dificuldade para compreender a fala em grandes salas (igrejas, festas), necessidade de alto volume de televisão e rádio;
- problemas de comunicação: em grupos, lugares ruidosos, carro, ônibus, telefone.
Esses fatores podem provocar os seguintes efeitos:
- esforço e fadiga: atenção e concentração excessiva durante a realização de tarefas;
- ansiedade: aborrecimento pela consciência da deterioração da audição; irritação e aborrecimentos causados pelo zumbido, intolerância a lugares ruidosos e a interações sociais,
- dificuldades nas relações familiares: confusões pelas dificuldades de comunicação, irritabilidade pela incompreensão familiar;
- isolamento social e auto-imagem negativa: vê-se como surdo, velho ou incapaz.
 
Prevenção:
Sendo o ruído um risco presente nos ambientes de trabalho, as ações de prevenção devem priorizar esse ambiente. Como descrito anteriormente, existem limites de exposição preconizados pela legislação, bem como orientações sobre programas de prevenção e controle de riscos, os quais devem ser seguidos pelas empresas.
Em relação ao risco ruído, existe um programa específico para seu gerenciamento:
- designação de responsabilidade: momento de atribuição de responsabilidades para cada membro da equipe envolvido;
- avaliação, gerenciamento e controle dos riscos: etapa na qual, a partir do conhecimento da situação de risco, são estabelecidas as metas a serem atingidas;
- gerenciamento audiométrico: estabelece os procedimentos de avaliação audiológica e seguimento do trabalhador exposto a ruído;
- proteção auditiva: análise para escolha do tipo mais adequado de proteção auditiva individual para o trabalhador;
- treinamento e programas educacionais: desenvolvimento de estratégias educacionais e divulgação dos resultados de cada etapa do programa;
- auditoria do programa de controle: garante a contínua avaliação da eficácia das medidas adotadas.
Tratamento e reabilitação:
 
Não existe até o momento tratamento para Pair. O fundamental, além da notificação que dará início ao processo de vigilância em saúde, é o acompanhamento da progressão da perda auditiva por meio de avaliações audiológicas periódicas. A reabilitação pode ser feita por meio de ações terapêuticas individuais e em grupo, a partir da análise cuidadosa da avaliação audiológica do trabalhador. Esse serviço poderá ser realizado na atenção secundária ou terciária, desde que exista o profissional capacitado, o fonoaudiólogo.