quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Distúrbio do Processamento Auditivo

Processamento Auditivo caracteriza-se como conjunto de processos e mecanismos que ocorrem dentro do sistema auditivo. Esse processo é gerado em resposta a um estímulo acústico e são responsáveis pelas habilidades de: localização e lateralização do som, discriminação, resolução, mascaramento, integração ordenação, performance auditiva com sinais acústicos competitivos e com degradação do sinal acústico (ASHA, 1995).
Alterações nessas habilidades levam ao transtorno no processamento auditivo. As principais características são: dificuldade em ouvir em ambientes ruidosos ou com diversos interlocutores, dificuldade em compreender a fala, tempo curto de atenção, dificuldades na linguagem oral e escrita, déficits na organização e seqüencialização de estímulos auditivos, dificuldade em seguir direções, tempo maior para emissão de respostas, respostas inconsistentes à estímulos auditivos, entre outros. A avaliação audiológica básica desses indivíduos apresenta-se dentro dos padrões de normalidade
Por meio de avaliação audiológica contendo testes específicos para avaliar a função auditiva central, é possível detectar o transtorno no processamento auditivo. O teste é capaz de determinar as habilidades alteradas, fornecer a localização da disfunção no sistema nervoso central e nortear o processo de reabilitação.
Qualquer dúvida procure um fonoaudiólogo.

Fonte: www.falemelhor.com.br

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sete dicas para seu filho parar de chupar o dedo

O hábito pode atrapalhar na formação dental e trazer distúrbios na fala
 
 
Chupar o dedo, eis aqui um hábito muito relacionado com as crianças pequenas, e que está presente literalmente desde o útero. É muito comum que desde o ultrassom sejam captadas imagens do feto já tendo esse hábito! "Os bebês têm desde antes do nascimento, um reflexo de sucção muito forte, sugando tudo que surge próximo à sua boca", explica o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da MBA Pediatria. Esse reflexo é justamente para sua sobrevivência, já que dele depende a amamentação, sua primeira forma de alimentação. Mas muitas vezes o dedo pode ser uma boa opção para isso.
 
O normal é que esse reflexo primitivo desapareça com o tempo, ao menos até uns 4 meses de idade. Mas com o tempo, ele vai adquirindo significado. "Normalmente o ato de sugar o dedo no primeiro e segundo mês de vida é puro reflexo e depois o bebê aprende a fazer isso até explorando os movimentos mão-boca", relata a fonoaudióloga Irene Marchesan, presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa). Depois, a criança pode continuar com o hábito por prazer ou por ter uma sensação de acolhimento.
 
Porém, o grande problema é que chupar o dedo causa diversos problemas. "Se isso se prolonga, pode interferir no posicionamento dos dentes quando eles começam a erupcionar ou até no crescimento dos ossos da face, principalmente da maxila, já que o dedos mais sugado é o dedão voltado para cima", ensina a especialista. Distúrbios da fala também podem aparecer, com a continuidade desse hábito.
Mas como fazer a criança largar o hábito? "Só se consegue retirar mesmo o hábito se a criança tiver força de vontade para isso. Da mesma forma que funciona com adultos que são motivados a abandonar um vício, é preciso motivar seu filho para a mudança", acredita Sylvio Renan. Existem diversos métodos e quanto mais tarde são aplicados, mais difícil a adesão. Listamos alguns para você testar qual funciona melhor com seu filho.
 
Troque por uma chupeta
Quando o ato de sucção ainda é um reflexo primitivo, o dedo não é exatamente o foco. Nessa época, vale trocar por uma chupeta, que é mais anatômica, causando menos males à boca e aos dentes da criança. Além disso, os especialistas concordam que é muito mais fácil descontinuar o hábito da chupeta do que o do dedo. "Com a chupeta você negocia, pode dizer que vai dá-la de presente para as crianças carentes, por exemplo. Você tira da criança, e por mais que ela chore por dois ou três dias, ela não tem o objeto em frente a ela, então vai aceitando. Como o dedo não tem como ser afastado, está sempre à mão", explica o pediatra Sylvio Renan.
 
Não deixe de dar de mamar
O reflexo é justamente para favorecer a amamentação. "A criança que mama ao seio, muito raramente desenvolve o hábito de chupar dedos", acredita o pediatra Sylvio Renan. Muitas vezes, quando a mãe tem muito leite ou ele é ofertado de uma forma mais fácil, a necessidade de sucção ainda assim não é sanada, o que pode levá-lo a querer chupar o dedo. Uma solução, portanto, pode ser essa mãe ordenhar um pouco seu leite antes de dar de mamar, o que vai dificultar o trabalho e fazê-lo sugar mais para conseguir o leite. Muitas vezes a criança pode também simplesmente ficar sugando o seio da mãe sem puxar leite, o que também deve ser desencorajado, de acordo com a fonoaudióloga Irene Marchesan.
 
Observe o hábito durante a noite
"Quando a criança fica maior e continua sugando o dedo, pode fazer isso por puro prazer ou até para ter uma sensação de acolhimento ou simplesmente para adormecer", considera Irene. Nos últimos casos, em que o hábito a ajuda dormir, os pais podem tentar desencorajá-lo retirando o dedo do bebê durante o sono. Claro que nem sempre ele tem consciência de que faz isso dormindo, como sublinha o pediatra Sylvio Renan, então é um método que nem sempre funciona, mas pode ajudar.
 
Ocupe as mãos do seu filho
Quando a criança se concentra em atividades com as mãos, a necessidade de chupar o dedo é deixada de lado. Portanto, dar a ele brincadeiras que o distraiam, ocupem sua mente e também suas mãos, pode ajudar a criança a largar o hábito. Com crianças pequenas, isso é mais complicado. "O ideal são atividades com brinquedos de montagem, que precisam de concentração e habilidade manual", explica Sylvio. Mas isso deve ser aliado a conversas com a criança, pois quando ela parar com essa atividade, pode voltar a chupar o dedo.
 
Procure as motivações da criança
Muitas vezes o ato de chupar o dedo é uma forma de seu filho se sentir reconfortado. "Algumas crianças têm o hábito de chupar dedos por ansiedade ou insegurança. Carinho e atenção são as melhores formas de libertá-la desses sentimentos", ensina o pediatra Sylvio Renan. Nessas horas, vale observar em que momentos o pequeno, ainda mais ele se tiver mais de um ano e meio, recorre a esse hábito e conversar com ele sobre essas situações, tentando entender por que elas causam esse tipo de emoção e explicando que ela não precisa ficar nervosa ou temerosa.
 
Brigar não é a melhor opção
Por outro lado, sair brigando e discutindo com a criança nunca é a melhor opção. "Chamar atenção para o fato com punições somente piora o quadro", ressalta o pediatra, até porque isso causará nos pequenos mais ansiedade e medo. A atitude agressiva do pai nunca é recomendada. "Dizer não de forma firme, substituir o hábito por outras atividades em que outras crianças, os pais ou outros adultos estejam envolvidos pode ajudar muito mais", acredita a fonoaudióloga Irene. "É a firmeza dos pais com relação a hábitos que mais produz resultados", completa a especialista.
 
Negocie horários e momentos
Já a negociação é muito efetiva, mas não com todos. "Só dá certo com crianças mais velhas que já possam compreender o que lhes está sendo falado ou proposto", acredita Irene. Esse entendimento começa a partir dos 18 meses, e para essas situações o pediatra Sylvio Renan ensina uma estratégia. "Recomendo aos pais fazer um joguinho com a criança: desenhar em uma cartolina um calendário, e marcar com uma estrela prateada cada dia passado sem chupar o dedo. Três dias seguidos, por exemplo, merecem uma estrela dourada, acompanhada de um pequeno presente", ensina o médico, que reitera: caso a criança não tenha bons resultados, é importante que os pais insistam e não demonstrem frustração, pois isso pode piorar ainda mais o quadro, da mesma forma que as brigas.

Fonte:www.minhavida.com.br

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Profissional da voz

Os profissionais da voz são aqueles que dependem da voz como seu instrumento de trabalho e que necessitam de um tipo específico de qualidade vocal para manter-se na função, como os professores, operadores de telemarketing, locutores, jornalistas, políticos, cantores, atores e dubladores.
 
 
Fazendo um paralelo, como um jogador de futebol, que tem o maior risco de ter problemas no joelho, os profissionais da voz são pessoas de alto risco a apresentarem alterações vocais.
 
O papel do fonoaudiólogo é de diagnosticar e reabilitar, junto ao otorrinolaringologista, o paciente que apresenta lesões nas pregas vocais, procurando entender o universo desse profissional e ajudá-lo a minimizar os riscos de voltar a ter os problemas tratados.
 
Cabe ao fonoaudiólogo prevenir os sintomas comuns que aparecem nos profissionais da voz, como cansaço no final da jornada, perda de voz, rouquidão, desconforto para falar ou cantar, além do aperfeiçoamento dessas vozes de acordo com a demanda e o tipo de voz necessário a cada profissional.
 
Se você não apresenta nenhum dos sintomas citados, mas acredita que poderia projetar melhor a voz no canto ou no teatro; se as pessoas reclamam que sua dicção não é boa; se possui dificuldades de fazer, por exemplo, agudos no canto; se ao falar em público, sua voz fica não fica como gostaria ou ainda, se necessita construir a voz de um personagem, mas tem receio de prejudicar-se, consulte um fonoaudiólogo. Ele o ajudará a compreender os mecanismos da sua voz, a modificá-la e o auxiliará no aperfeiçoamento da sua comunicação!

Fonte: www.falemelhor.com.br

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Respiração Oral

   A Fonoaudiologia tem como um de seus objetivos o restabelecimento das funções respiratórias, mastigatórias, atos de deglutição e fala, visando o equilíbrio miofuncional. O trabalho do fonoaudiólogo visa sobretudo prevenir, habilitar ou reabilitar estas funções. Entre as funções estomatognáticas, a respiração exerce função vital, além de propiciar o desenvolvimento e crescimento crânio-facial.
 
   Ela deve ser nasal, mas nem sempre isso é possível devido a alguns impedimentos. Dentre eles podemos citar:
- hipertrofia de amigdalas e adenóide;
- rinite;
- bronquite;
- sinusite.
 
   Quando ocorre algum destes impedimentos, observa-se obstrução das vias aéreas superiores fazendo com que o indivíduo necessite respirar pela boca.
 
   É importante interceptar a presença da respiração oral tão logo seja percebido o processo, encaminhando o paciente, sempre que possível, para o tratamento multidisciplinar.
 
   Esse tratamento compete ao alergista, otorrinolaringologista, dentista, ortodontista e fonoaudiólogo.
 
   É muito importante estarmos atentos às características do respirador oral. São elas:
  • Apresenta face alongada, caracterizada pelo aumento da altura da metade inferior do esqueleto dentofacial;
  • Apresenta olheiras devido à diminuição da drenagem linfática;
  • Possui as asas do nariz hipodesenvolvidas;
  • Apresenta mau hálito;
  • À noite, seu sono é agitado, baba e ronca;
  • É sonolento, apresenta, muitas vezes, déficit de atenção, concentração e dificuldade de aprendizagem devido à falta de oxigenação no cérebro;
  • Apresenta rendimento físico diminuído;
  • É inapetente, porque o ato de se alimentar gera esforço e cansaço;
  • Prefere líquidos e pastosos, porque não requerem trabalho mastigatório;
  • Na criança, a respiração oral reduz o estímulo de crescimento do terço médio da face, levando à formação de palato em ogiva, hipodesenvolvimento lateral da arcada dentária superior, com conseqüente aumento ântero-posterior da mesma e protrusão dos dentes;
  • Apresenta postura corporal incorreta.
   Podemos observar que os efeitos da respiração oral são bastante nocivos e podem deixar sequelas na musculatura e nas funções de mastigação, deglutição e fala. A musculatura dos lábios, língua e bochechas torna-se hipotônica e por isso, essas estruturas funcionarão de maneira inadequada e menos eficiente nas funções de mastigação, deglutição e fala. O indivíduo que respira pela boca não consegue vedar os lábios devido ao tônus dos mesmos estar diminuído ou devido à oclusão dentária que não possibilita o vedamento labial. Às vezes, a mastigação pode apresentar-se unilateral, o que pode causar mordidas cruzadas; a deglutição será atípica, isto é, com projeção de língua entre as arcadas dentárias; a fala poderá estar alterada devido à hipotonia dos órgãos fonoarticulatórios e ao posicionamento incorreto de língua.
 
   Nestes casos, o tratamento fonoaudiológico tem como objetivo, principalmente, a conscientização por parte da família da necessidade da adequação da respiração. Em um segundo momento, o trabalho muscular necessário será realizado através de exercícios que adequarão a tonicidade e postura dos órgãos fonoarticulatórios, além de adequar as funções de mastigação, deglutição e fala.
 
   O respirador oral quase sempre apresenta algum tipo de alteração dentária a qual denomina-se má oclusão que pode ser biprotrusão de arcadas dentárias, mordida aberta, mordida cruzada, classe II, entre outras. Então, o indivíduo necessitará, em determinado momento, do tratamento ortodôntico que, provavelmente, será realizado em conjunto com o fonoaudiológico.
 
   É importante ressaltar que alguns pacientes pós-tratamento com otorrino e/ou alergista, que não apresentam mais impedimento orgânico para a respiração nasal, mas continuam sendo respiradores orais (respiração oral por hábito), também deverão realizar terapia fonoaudiológica a fim de aprenderem a utilizar o nariz para respirar.
 
   Pode ser revertido o quadro da respiração oral possibilitando melhores condições de vida futura ao paciente através do tratamento multidisciplinar.
 
Fonte:www.abcdasaude.com.br

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

É bom usar cotonete?

   Limpar os ouvidos com cotonete já virou um hábito para grande parte da população brasileira, que vê a atitude como uma parte da higiene geral do corpo. São minutos gastos com o esfrega-esfrega do cotonete, tudo para não deixar nenhum resquício de cera nos canais externos do ouvido.
 

 
   O problema, que muita gente desconhece, é que esse pequeno hábito pode gerar diversos riscos para saúde dos ouvidos, podendo ocasionar lesões sérias, que necessitam de cirurgia para correção. Os cotonetes fazem parte da vida moderna, estão na lista de compras de mês de muitas famílias e no enxoval de quase todo recém-nascido. A indicação, como um dos fabricantes anuncia na embalagem, é para a “higiene diária das orelhas”, além dos mais diversos usos: aplicação de medicamentos, retoque de maquiagem, etc.
   No caso das orelhas, tudo bem se os cotonetes forem usados com a devida cautela, o que freqüentemente não acontece, por isso falta uma advertência na embalagem alertando para a inadequação do uso do cotonete dentro do canal do ouvido externo.
 
   Um problema bastante comum é a otite média. Essa é uma infecção causada por microorganismos que podem ser transportados também pelo cotonete. Em alguns casos, os cotonetes podem ainda perfurar a membrana do tímpano, causando sangramento e lesões mais graves na região, como a surdez parcial. O uso de cotonete pode também empurrar a cera para dentro do ouvido, formando um “tampão de cera” e causando sensações como surdez, zumbido, desconforto e, às vezes, dor. Isto também ocorre quando o ouvido produz cera em excesso (não se sabe exatamente a causa). Nesses casos só o médico pode resolver, retirando a cera, cuidadosamente, com instrumentos próprios para evitar traumatismo do canal auditivo, infecção e mesmo perfuração. Outro caso é que, pesquisadores americanos (Hospital Henry Ford) tem notado a ligação direta entre o uso de cotonetes e tímpanos rompidos, o que também pode resultar em paralisia facial.
  
Sintomas do tímpano rompido pelo cotonete:
   Na falta da cera protetora, problemas começam a aparecer no ouvido: coceira, dor, inflamação, corrimento de secreção e muitas vezes infecção. Isto também acontece com as pessoas que não produzem a cera e, por isso, têm necessidade de um tratamento especial para resolver a situação. Outros sintomas:perda de audição, tontura e irregularidades na movimentação facial. É comum que, por desconhecimento e para aliviar a coceira, as pessoas intensifiquem o uso do cotonete na busca de algum alívio, que, quando ocorre, é momentâneo e logo traz de volta, ampliado, o mesmo mal estar.
Então, como limpar os ouvidos?
   A melhor forma é limpar os ouvidos após o banho com a ponta de uma toalha limpa e apenas onde o dedo pode alcançar - e esse dedo não deve ser o mindinho! Quando sentir um entupimento achando que é necessário limpar por dentro procure um otorrino.
 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Gagueira

A gagueira é uma desordem da fala e não faz parte do desenvolvimento normal de linguagem. Durante a infância, nos anos de aquisição de linguagem é comum que existam períodos variáveis no grau de fluência, decorrentes do amadurecimento neuromotor e das incertezas quanto a que palavra usar e em que estrutura frasal ela fica mais adequada.
 
A gagueira decorre de uma pré-disposição hereditária, que associada à fatores estressantes como dificuldade de estruturação gramatical, problemas psicológicos e ambiente conturbado; leva à manifestação dos sintomas.
 
 
Ainda não se sabe com exatidão como se dá a interação entre os genes e os fatores ambientais. O que se sabe é que o componente genético parece ser responsável, tanto pelas manifestações mais graves quanto pelas mais brandas da patologia, atuando até mesmo como fator de recuperação espontânea.
 
As rupturas no fluxo da fala decorrem de alterações na ligação entre a elaboração do que se deseja falar e na produção oral da fala, ou seja, uma falha na conexão entre cérebro e boca.
 
As situações que geram ansiedade tornam a fala mais difícil para todos, sejam gagos ou fluentes. Não existe conexão entre a causa da gagueira e um déficit de inteligência. Sendo assim, ninguém apresenta 100% de fala fluente e o indivíduo que apresenta alteração na fluência pode ser considerado gago ou apenas disfluente (dependendo da quantidade a da tipologia das rupturas em seu discurso).
 
No caso das crianças, é importante observar se a gagueira está ocorrendo há mais de seis meses, assim como, ficar atento a que tipo de rupturas ela está apresentando, uma vez que existem as rupturas comuns (que ocorrem normalmente na fala) e rupturas gagas (que estão presentes apenas em pessoas com gagueira).
 
Em adultos a atenção à fala deve focar também o tipo de ruptura presente e em que circunstâncias ocorrem com mais freqüência, este aspecto é importante porque diante do público, falando sobre um assunto que não dominamos e para pessoas desconhecidas, é normal aparecer falhas na fluência.
 
Quando a gagueira é detectada é essencial que um auxílio profissional de um fonoaudiólogo seja providenciado, profissionais estes que avaliarão e promoverão o tratamento desta patologia.
 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O que é autismo?

Entenda como é feito o diagnóstico e qual o tratamento mais adequado para a criança que apresenta o transtorno
 
Cada criança é uma criança. A frase pode parecer simples, mas é vital para entender o autismo. Se o seu filho receber o diagnóstico, não necessariamente vai apresentar todos os sintomas já descritos por outros pacientes. Por ser um distúrbio com diferentes níveis de comprometimento, recebe o nome de “espectro autista” – para entender melhor, imagine um dégradé, que vai de cores muito escuras, em que se encontram os casos mais graves, até os tons mais claros.
 
 
Apesar de os sinais do transtorno variarem, há três comprometimentos que são considerados mais comuns. O primeiro é na interação social, ou seja, no modo de se relacionar com outras crianças, adultos ou com o meio ambiente. “Uma das teorias que explica esse comportamento afirma que o autista tem dificuldade de entender o outro e de se colocar no lugar de alguém. Não compreende sentimentos e vontades, por isso se isola”, afirma Daniel Sousa Filho, psiquiatra da infância e da adolescência (SP).
 
O segundo sintoma recorrente é a dificuldade na comunicação: há crianças que não desenvolvem a fala e outras que têm ecolalia (fala repetitiva). Como terceiro sinal, há a questão comportamental: as ações podem ser estereotipadas, repetitivas. Qualquer mudança na rotina passa a ser incômoda para a criança. Imagine que a mãe sempre vá buscar o filho na escola. Certo dia, é o avô quem vai pegá-la no colégio – e altera a rota de sempre. Pode ser que ela, diante dessa mudança, fique agitada e grite, por exemplo. Isso acontece porque a rotina é um “mapa” usado pelo autista para reconhecer o mundo. Se algum traço desse caminho for alterado, a criança vai reagir.
 
Sinais do transtorno variam
Vale lembrar que, além desses sinais, há outros que podem se manifestar em algumas pessoas com o espectro autista, não em todas, claro. Os surtos nervosos, por exemplo, podem vir acompanhados de automutilação e agressão. Para entender melhor, imagine que você esteja com a blusa apertada ou com muita fome, mas não consiga falar o que sente. Se a criança tiver dificuldade na expressão verbal, pode tentar se comunicar corporalmente e ter seu pedido atendido.
 
Hiper ou hiposensibilidade também podem se manifestar de forma diferente nos cinco sentidos da criança que se enquadra no espectro autista. Por exemplo: na audição, ela pode se sentir incomodada em locais barulhentos ou ter afinidade com alguns sons. No paladar, ela não tolera determinados sabores – por isso, insiste em comer sempre os mesmos alimentos. E nos dias frios, enquanto você usa um casaco pesado, a criança pode dispensá-lo – a hiposensibilidade tátil faz com que ela não tenha a mesma sensação de temperatura que as demais. Quando se machuca, talvez não sinta dor, por exemplo.
 
O espectro autista pode vir acompanhado de deficiência intelectual. Há casos, no entanto, em que a criança apresenta alto funcionamento – ou seja, é capaz de memorizar a lista telefônica inteira, mas não entende qual a utilidade dos números, por exemplo. Na síndrome de Asperger, outro quadro do espectro, a pessoa pode não ter problemas no desenvolvimento da linguagem. Ela se interessa por assuntos específicos: sabe tudo sobre dinossauros ou avião e se restringe a só a um tema.
 
Diagnóstico
Uma estimativa feita em 2010, cujos resultados acabaram de ser divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, nos Estados Unidos, mostrou que 1 em cada 68 crianças são diagnosticadas com autismo no país - 30% a mais do que em 2008. No entanto, o diagnóstico não é tão simples assim. Isso porque não há um exame específico que indique o transtorno – a avaliação deve ser clínica e feita por uma equipe multidisciplinar. É comum, ainda, que os sintomas sejam confundidos com surdez (já que a criança não responde aos estímulos), deficiência intelectual e problemas de linguagem.
 
Por isso, mediante qualquer desconfiança sobre desenvolvimento do seu filho, procure um especialista. “Quanto mais precoce começar as intervenções, melhor o prognóstico. É importante procurar as terapias adequadas o quanto antes, porque o sistema nervoso poderá responder aos estímulos rapidamente”, explica o neurologista infantil Antônio Carlos de Faria, do Hospital Pequeno Príncipe (PR).
 
É claro que os sinais ficarão mais nítidos após os 3 anos, mas alguns indicativos desde bebê podem servir como alerta, como a criança ficar parada no berço, sem reagir aos estímulos, e evitar o contato visual. Antes do primeiro ano de vida, está sempre irritada – você o amamenta ou conversa com ela, mas continua agitada. Por volta dos 8 meses, o bebê não interage com o meio ambiente: vê um cachorro ou gato na rua e fica indiferente. Sabe aquela brincadeira em que a mãe se esconde e diz “achou!”? O bebê não esboça nenhuma reação. Na hora de brincar é comum que crianças autistas se interessem apenas por uma parte do brinquedo -elas podem ficar girando a roda de um carrinho por um tempo prolongado, em vez de arrastá-lo.
 
Há casos, ainda, em que há regressão: a criança se desenvolve bem até 1 ano e meio. Depois dessa idade, para de sorrir ou de se comunicar, por exemplo.

Tratamento
Ainda não há um medicamento específico para o autismo. De 0 a 2 anos, a criança deve ser acompanhada por um fonoaudiólogo para que ele ajude-a a desenvolver a linguagem não-verbal. A estimulação pode ser feita com brincadeiras e jogos, contação de histórias e conversa. Conhecer o novo também é importante: o especialista apresenta uma maçã para que ela toque na fruta, conheça sua textura e seu cheiro. Aos poucos, ela pode aprender a entender a expressão facial dos outros. A linguagem verbal (como a fala) virá depois. As terapias ocupacional e comportamental também são relevantes no tratamento, para que o cérebro passe a perceber os estímulos sensoriais. “Esse tipo de intervenção precoce pode evitar o comportamento repetitivo, por exemplo”, afirma o neurologista.
 
Não há uma regra para todas as crianças. A equipe multidisciplinar decidirá qual o acompanhamento pedagógico e terapêutico mais indicado e vai discutir sobre a educação delas, junto com os pais. “Cada caso é um caso. Em geral, quando se tem a comunicação verbal desenvolvida, ir para a escola regular é uma ótima opção. Mas, se a pessoa for agressiva e tiver deficiência intelectual grave, a escola especial pode ser mais indicada”, afirma o psiquiatra Daniel. Portanto, é essencial respeitar a individualidade delas. Mas é importante saber: nenhuma instituição de ensino, pública ou privada, pode recusar a matrícula.
 
E não são só os meninos e meninas que devem ser acompanhados por especialistas. Receber o diagnóstico e acompanhar o ritmo do tratamento pode ser desgastante para a família. Por isso, os pais podem ser tratados e orientados por um psicólogo, que tentará diminuir a ansiedade e o estresse. Como costumam se dedicar ao extremo ao filho com autismo, o irmão pode se sentir preterido. Não se culpe, caso isso ocorra. O terapeuta conseguirá sugerir uma solução para que todos se sintam amados – como realmente são!
 
Diante do diagnóstico, é comum que alguns pais da criança procurem tratamentos alternativos, que não têm comprovação científica, para amenizar os sintomas. Um estudo publicado no Journal of Developmental & Behaviour Pediatrics analisou 600 crianças, de 2 a 5 anos – sendo 453 com autismo e 125 com problemas de desenvolvimento. Os cientistas descobriram que 40% delas usavam remédios homeopáticos, melatonina ou terapias complementares, como meditação ou ioga - 10% a mais do que as crianças sem o transtorno ou outra dificuldade no desenvolvimento.
 
Isso é prejudicial?“Não há problema em tentar, apesar de não haver a certeza na melhora do quadro. Depende da reação de cada criança: para algumas, certas terapias funcionam”,explica Alysson Muotri, biólogo brasileiro que pesquisa a cura do autismo na Universidade da Califórnia (EUA).
 
Causa e cura
A causa do autismo ainda é estudada pelos cientistas. Muitos genes que indicam o transtorno já foram identificados – mas ainda não podem ser detectados por exames que façam o diagnóstico. “O que sabemos, atualmente, é que há uma mistura entre influências genéticas e ambientais”, diz o psiquiatra. Infecções pós-parto, tumores, causas endocrinológicas e metabólicas já foram associadas à causa do autismo – mas ainda são especulações.
Recentemente, mais uma hipótese foi levantada pelos cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), em estudo publicado no periódico New England Journal of Medicine. Eles exploraram a arquitetura física do córtex humano (camada superficial do cérebro) de 11 crianças com autismo e 11 sem o transtorno, na faixa etária de 2 a 15 anos. Ao examinar essa parte do cérebro, perceberam que as crianças autistas tinham falhas justamente em áreas que são responsáveis por funções comprometidas pelo transtorno – como comunicação e interpretação social.
 
A desorganização foi notada em 10 dos 11 pacientes com autismo e apenas em 1 dos 11 sem o transtorno. “Pelo número pequeno de cérebros analisados, o estudo é considerado exploratório. Mas, aparentemente, a maioria das falhas foi originada durante a gestação, durante a migração das células que formariam as camadas do córtex”,explica Muotri. Ainda não se sabe qual é a causa dessa falha que acontece no segundo trimestre de gestação, quando a estrutura é formada. Especialistas acreditam que possa ser decorrência do ambiente uterino, do código genético ou uma mistura de ambos os fatores.
 
Os estudos que tentam descobrir a cura do autismo, dirigidos por Muotri, representam a esperança para as famílias. O biólogo usa uma técnica que transforma células de pessoas adultas em células-tronco embrionárias, ou seja, que ainda não são especializadas. Depois disso, é possível fazê-las se desenvolverem novamente e diferenciá-las em células cerebrais. Como elas tiveram origem em um indivíduo que já estava diagnosticado com um problema, é possível simular no laboratório o funcionamento dos neurônios daquele paciente em comparação com uma pessoa sem o transtorno.
 
A partir dessas comparações, já se conseguiu identificar uma série de diferenças na estrutura dos neurônios e como essas células respondem em conjunto (o que ajuda a entender como funciona o cérebro desses pacientes). A maior parte das pesquisas está sendo feita com portadores da síndrome de Rett, que também faz parte do espectro autista.
 
Muotri reforça que o estudo exige cuidado. “Nos próximos dois anos, iniciaremos a fase prática da pesquisa. Começaremos testando o tratamento em adultos que não sejam autistas, para analisar os possíveis efeitos dele”, conta.

Fonte: Luiza Tenente - Revista Crescer
 
 
 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Como nosso cérebro guarda as memórias?

   Quando precisamos gravar algo em nosso computador, ele simplesmente escreve o bits (zeros e uns) no HD de uma maneira ordenada e depois, quando queremos acessar esses dados, ele lê a informação gravada. Mas o cérebro humano não funciona bem assim.
 
 
  Quando algo nos acontece, instantaneamente tal acontecimento é enviado para o hipocampo, onde uma lembrança temporária é criada. Lá o cérebro decide se essa coisa deve ser salva para depois ou ser armazenada na memória temporária, de curto prazo, que some depois de um tempo.
 
   Quando a memória é importante, como um almoço marcante ou uma grande festa, nosso cérebro pega essas informações, separadas em pequenas partes, como imagens, cheiros, gostosos, texturas, e salva cada uma delas em vários lugares dentro dele.
 
   É aí que começam os problemas…
 
   Como nosso cérebro não salva tudo juntinho e organizado, semelhante a um computador, os cientistas, até hoje, ainda não descobriram como ele se organiza para recuperar as informações e montar as memórias de maneira coerente. Contudo esse processo está sendo estudado a fundo.
 
   Só sabemos que, para gravar algo na memória, o cérebro cria novas ligações, chamadas sinapses, que conectam um neurônio a outros milhares a sua volta. Dessa maneira, as memórias vão se formando e quanto mais é estimulada uma união entre neurônios, mais forte ela fica. Por isso nosso cérebro está sempre em mutação, criando novas ligações.
 
   Assim, quando algo importante é mandado para a memória de longo prazo, nosso cérebro fortalece as ligações, criando uma poderosa linha de memória. Na hora em que quer se lembrar, ele é capaz de juntar todos os pedaços, como imagens, sons, cheiros, e unir tudo para nos fazer lembrar de algo de maneira completa. Mesmo com todas essas informações espalhadas nos mais diversos cantos, nosso cérebro consegue uni-las de uma maneira quase mágica.
 

 
Tipos de memórias
   Nosso cérebro grava muitos tipos de informações diferentes, por isso podemos dividir as memórias em grupos menores, para melhor entende-las:
 
Memórias declarativas: São aquelas que conseguimos falar, explicar e detalhar, como uma imagem, um som, uma cena. Dentro dessas memórias, existem outras classes menores.
 
Memória imediata: É aquele que nos faz lembrar das coisas que recém aconteceram, como qual comercial passou antes do que está passando agora, o nome de alguém que recém se apresentou ou mesmo um número de telefone que nos foi dito nesse momento.
 
Memória de curto prazo: Essa é uma memória que “deixa rastros” no cérebro, apesar de não ser permanente. Ela serve para nos lembrar de coisas que aconteceram há minutos, como por exemplo: O que você comeu no lanche ou que hora era quando você olhou para o relógio a última vez.
 
Memória de longo prazo: Essa é a memória para valer. Ela serve para guardar coisas importantes, como nomes, datas, além de ser a responsável pelas memórias de nossa vida, como dias importantes, eventos marcantes e momentos assim.
 
   Por último, nós temos outro tipo de memória, que é uma das mais duradouras:
 
Memória de procedimento: Essa é a memória das coisas que sabemos fazer, como andar de bicicleta, falar, escrever, enfim, ela é a memória responsável por nossas habilidades, sendo a mais difícil de ser apagada.
 
   É assim que funciona nosso cérebro e é dessa maneira maluca que ele guarda as coisas mais valiosas de nossa vida: As lembranças.

Fonte: www.minilua.com