Nos portadores
de Transtorno de Défict de Atenção / Hiperatividade (TDAH) ou Distúrbio de
Défict de Atenção (DDA) os neuro-transmissores, dopamina e noradrenalina
(substâncias químicas do cérebro que transmitem informações entre as células
nervosas) encontram-se diminuídos, fazendo com que a atividade do córtex
pré-frontal seja menor. É uma disfunção neurobiológica.
Essa região é a
parte mais evoluída do cérebro e supervisiona as funções executivas: observa,
guia, direciona e/ou inibe o comportamento, organiza, planeja, e faz a
manutenção da atenção e do autocontrole.
Essa disfunção é
crônica, herdada na grande maioria das vezes, daí sua presença desde a
infância.
Em menor grau há
fatores do meio ambiente que podem estar relacionados ao TDAH (DDA):
A nicotina de
cigarros fumados pela mãe gestante bem como bebidas alcoólicas consumidas,
podem ser causas significativas de anormalidades no desenvolvimento da região
frontal do cérebro da criança em gestação.
Crianças
expostas ao chumbo entre 12 e 36 meses de idade pode ser outro fator.
Traumatismos
neonatais como hipoxia (privação de oxigênio), traumas obstétricos, rubéola
intra-uterino, encefalite, meningite pós-natal, subnutrição e traumatismo
craniano são fatores que também podem contribuir para o surgimento do
distúrbio.
O TDAH (DDA) é
um transtorno real, um obstáculo real, apesar de não haver nenhum sinal
exterior de que algo está errado com o Sistema Nervoso Central.
Antigamente era
conhecida como “Disfunção Cerebral Mínima”. Mais tarde passou a chamar-se
“Síndrome Infantil da Hiperatividade”. Nos anos 70, o conceito foi ampliado com
o reconhecimento do déficit na atenção e do controle dos impulsos. Em 1987 o
nome passou a ter a atual denominação: “Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade”.
Ao contrário do
que se pensava antigamente, o TDAH (DDA) não é superado na adolescência: cerca
de 65% das crianças diagnosticadas como portadoras de TDAH continua com os
sintomas quando atinge a idade adulta.
Os principais
sintomas são: falta de atenção, impulsividade e hiperatividade ou uma “energia
nervosa”.
A impulsividade
tem um aspecto positivo, podendo nos levar muitas vezes à ação. O problema é
quando ela se torna patológica como no caso do TDAH (DDA), onde há uma falta de
planejamento em função da busca intensa e constante da gratificação imediata,
das novidades, correndo-se maiores riscos.
Provocar
confusão, discutir, viver em conflito consigo e/ou com o(s) outro(s) é uma
forma inconsciente de estimulação do córtex pré-frontal, que anseia por mais
atividade. A pessoa não percebe esse processo, não o faz de propósito, mas pode
ficar viciada em confusão.
O indivíduo que
tem TDAH (DDA), é inteligente, criativo e intuitivo mas não consegue realizar
todo seu potencial em função do transtorno que tem 3 características
principais: desatenção, impulsividade e hiperatividade (ou energia nervosa).
Tem dificuldade
em assistir uma palestra, ler um livro, sem que sua cabeça “voe” para bem longe
perdida num turbilhão de pensamentos. Comete erros por falta de atenção a
detalhes, faz várias coisas simultaneamente, ficando com vários projetos,
tarefas por terminar e a cabeça remoendo todos os “tenho que”. Quando motivado
e/ou desafiado, tem uma hiperconcentração.
É desorganizado
tanto internamente (mil pensamentos e idéias ao mesmo tempo), como
externamente: mesa, gavetas, papéis, prazos, horários...
A impulsividade
domina seu comportamento. Pode falar, comer, comprar, trabalhar, ficar em salas
de bate papo da Internet, beber, jogar... compulsivamente. Fala e/ou faz o que
lhe vem na cabeça sem pensar se é adequado ou não, podendo causar muitos
estragos. Costuma ser impaciente, irritadiço, “pavio curto” e com alterações de
humor.
Muda com
facilidade de metas, planos... é comum ter mais de um casamento ou
relacionamento estável.
O TDAH (DDA) é
um transtorno neurobiológico crônico, na sua grande maioria de origem genética.
Apesar do TDAH
(DDA) atingir até 6% da população, é até hoje muito desconhecido, inclusive por
muitos profissionais da saúde, que tratam apenas das suas conseqüências.
A falta do
diagnóstico e tratamento correto geram grandes prejuízos na vida profissional,
social, pessoal e afetiva do indivíduo sem que ele saiba o porquê. Sem
tratamento, outros distúrbios vão se associando (comorbidades), a auto-estima
fica cada vez mais comprometida, e a pessoa vai se isolando do mundo,
sentindo-se muitas vezes um “estranho fora do ninho”.
Fonte:
universotdah.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário