segunda-feira, 30 de março de 2015

Saiba o que é o zumbido no ouvido


Muito comum, ele pode estar relacionado a mais de duzentas doenças, entre elas hipertensão, diabetes, ansiedade e até depressão. A boa notícia: é possível minimizar o desconforto
O zumbido, também conhecido como tinido, tinnitus ou acúfeno, é uma percepção auditiva que não corresponde a um som real do ambiente. Trata-se de um sintoma e não de uma doença, que pode vir acompanhada da redução da audição, principalmente em decorrência do envelhecimento.
Quando acontece?
Ele é consequência de alterações em alguma estrutura da via auditiva. Entre elas destacam-se o acúmulo de cerúmen no canal do ouvido (orelha externa), as infecções, doenças do labirinto e exposição a sons intensos. Um exemplo típico são os shows de rock: logo após um espetáculo desse tipo, as pessoas podem sentir um zumbido, além de apresentar dificuldade para ouvir. Se os sintomas persistirem é necessário procurar ajuda médica. Outra causa comum é o consumo de altas doses de medicamentos que podem ser tóxicos para o ouvido interno: anti-inflamatórios, não-esteroides, ácidos acetilsalicílicos (aspirina), alguns diuréticos e antibióticos, quinino e drogas similares, bem como a quimioterapia. O sintoma também se relaciona ao diabetes, pressão alta, alterações da coluna cervical, disfunçao da articulação temporo-madibular (ATM), ansiedade e até depressão. Consumo excessivo de açúcares ou cafeína gera ou agrava o problema em alguns pacientes. Carência de vitamina B12 e doenças que aumentam a pressão sanguínea (hipertiroidismo) ou diminuem a viscosidade do sangue (anemia) estão relacionadas ao zumbido pulsátil.
Diversos Tipos
Os mais comuns podem representar o badalar dos sinos, rugidos, o som de um grilo, apitos, assobios, chuva, motor, panela de pressão, abelhas, sons musicais etc., que são identificados em um ou nos dois ouvidos e até na cabeça. Há pacientes que são capazes de ouvir mais de um tipo de tinido ao mesmo tempo; outros, ouvem uma conversa que ninguém mais é capaz de ouvir. Nesses casos, os especialistas dizem que não se trata de um zumbido, mas de uma alucinação auditiva. Outro tipo é o pulsátil, quando a pessoa consegue ouvir as batidas do seu próprio coração.
Como é feito o diagnóstico?
Quem possui o sintoma deve procurar a ajuda de um otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo. O especialista fará uma série de perguntas sobre a saúde geral e auditiva do paciente e, dependendo da suspeita, solicitará exames de sangue e de imagem (radiografias, tomografias etc.), assim como uma audiometria, para saber como está a audição do paciente, ou uma avaliação otoneurológica, para observar a audição e o labirinto. Testes oftalmológicos poderão ser requisitados, já que o zumbido é um sintoma de uma doença chamada papiledema (inchaço do nervo óptico). Munido de todas essas informações, o médico estará em condições de diagnosticar sua(s) verdadeira(s) causa(s).

Você pode se prevenir
E a melhor forma de fazê-lo é mantendo uma alimentação saudável e equilibrada, praticando exercícios físicos moderados e combatendo o estresse. A essas condutas some a providência de evitar exposição a sons intensos. Limitar o consumo de sal e cafeína, assim como outros estimulantes (chá e refrigerantes do tipo cola) e chocolate, é aconselhável. A restrição ao sal se refere a uma doença denominada Menière, caracterizada pelo acúmulo de líquido em uma parte do labirinto, o que causaria tinido. A cafeína e substâncias similares estão relacionadas ao aumento do sintoma, embora ainda não se saiba de que forma ela atua para isso.
Há cura?
Uma vez identificada a causa, e se ela estiver ligada a uma doença ou alteração tratável, a terapia adequada eliminará completamente o zumbido. Contudo, pode não ser possível livrar-se dele totalmente. Em alguns casos, não há cura, como quando o sintoma é decorrente da perda auditiva induzida por ruídos. Outra hipótese é que, apesar dos esforços clínicos, não se encontre a razão por que ele se manifesta. A boa notícia: mesmo para esses pacientes há tratamentos, medicamentosos e terapêuticos, que minimizam o desconforto. Outra condição positiva é que não é comum a piora do zumbido ao longo do tempo. Na maioria dos casos ele ficará estável, tendendo a ser cada vez menos percebido. Soluções cirúrgicas podem ser indicadas, mas são raras.
Conselhos do especialista
  • Na hora da consulta médica, aproveite para tirar todas as suas dúvidas. O paciente precisa entender exatamente o que está acontecendo com sua audição e por que tem o zumbido: só assim ficará mais tranquilo e pouco a pouco deixará de monitorá-lo, aumentando a chance de deixar de percebê-lo com tanta clareza e frequência.
  • Pessoas com zumbido devem evitar locais silenciosos, onde o som se destaca e incomoda.
  • Evite o uso de protetores auditivos: eles só devem ser usados em locais com ruído excessivo
  • Se houver perda auditiva e zumbido, renda-se ao aparelho auditivo: seu uso diminui o tinido.
  • Fonte: www.revistavivasaude.uol.com.br

    quinta-feira, 26 de março de 2015

    A educação inclusiva

       É um processo que amplia a participação de todos os estudantes – sem distinguir condições físicas, mentais, sociais, de raça, cor ou credo – nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

       De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e do Desenvolvimento (International Disability and Development Consortium – IDDC) sobre a Educação Inclusiva, um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a definição ampla deste conceito, nos seguintes termos:

    - Reconhece que todas as crianças podem aprender;
    - Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (i.e. HIV, TB, hemofilia, Hidrocefalia ou qualquer outra condição);

    - Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam as necessidades de todas as crianças;
    - Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva;
    - É um processo dinâmico que está em evolução constante;
    - Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de recursos materiais.

    Você que é professor, estudante, pesquisador ou quer apenas conhecer mais sobre esse assunto tão importante para uma boa convivência acadêmica, pode fazê-lo baixando os livros gratuitamente para ler quando e onde quiser. São 11 opções, veja só:

    Todos os livros são gratuitos e podem te ajudar a ver o mundo de um jeito diferente.

    segunda-feira, 23 de março de 2015

    Desenvolvimento da linguagem não-verbal

       Desenvolvimento da linguagem não-verbal são caracterizadas por níveis:
     
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    Nível I - A criança não tem intenção comunicativa/Atos Reflexos : o outro dará significado aos atos da criança. (0 - 2 meses)

    Nível II - Não tem intenção comunicativa/comportamento ativo: o outro dará significado aos atos da criança.(2 - 8 meses)

    Nível III- A criança passa a ter intenção comunicativa/gestos elementares: A criança já se diferencia do outro. (8 - 12 meses)

    Nível IV- A Criança passa a ter intenção comunicativa/gestos convencionais: São gestos que o meio utiliza. (12 - 18 meses)

    Gestos simbólicos: gesto de dormir. (mais de 18 meses)

    (Zorzi 2008)

    quinta-feira, 19 de março de 2015

    Fono Educacional e Aprendizagem

       A fonoaudiologia trata pacientes com distúrbios de aprendizagem e educacionais, com isso é afetado o desenvolvimento da linguagem escrita, são mais comuns de serem atigidas as crianças, que apresentam déficits tanto na decodificação fonológica quanto de compreensão da linguagem oral e/ou escrita.

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       O profissional de fonoaudiologia possui o objetivo de auxiliar na melhor capacidade de ensino-aprendizagem de cada aluno, muitas vezes trabalha-se juntamente com professores em salas de aula para garantir a aprendizagem em alunos que tenham alguma dificuldade de comunicação.
     
       Quanto antes algum distúrbio for detectado e tratado pela fonoaudiologia, melhor será o resultado na aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades. Serão cuidados funções como respiração, alimentação, hábitos orais, estímulos da fala e leitura.
       São alguns sintomas de distúrbios de aprendizagem:

    • Falta de atenção;

    • Dificuldade na leitura e escrita;

    • Dificuldades em matemática;
    • Dificuldade na interação com outras pessoas;

    • Autoestima baixa (pode levar a sinais como dores de cabeça, dores de barriga, vômitos e febre);
    • Falta de vontade de ir para a escola.
     
       Na dúvida procure um fonoaudiólogo.
     


     

    segunda-feira, 16 de março de 2015

    Acidente Vascular Cerebral (AVC)

       Há dois tipos de AVE/AVC principais: O isquêmico, provocado pelo bloqueio de um vaso sanguíneo ou artéria, fazendo com que o sangue não atinja partes do cérebro, levando à morte do tecido cerebral; O hemorrágico, provocado pela ruptura de um vaso sanguíneo, levando ao derrame de sangue para dentro do cérebro ou para o redor formando um coágulo.

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       Dentre os sintomas de um AVE/AVC, os mais comuns são: Fraqueza ou dificuldade em movimentar um membro; Dormência de um dos lados do corpo; Fala e linguagem alteradas; Perda total ou parcial da visão; Dor de cabeça sem causa; Perda de memória.
     
       Para tratar um paciente que teve AVE/AVC é necessário acompanhamento pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo. O profissional de fisioterapia vai trabalhar com as funções motoras, ajudando o paciente a recuperar gradativamente os movimentos dos membros, diminuindo as sequelas. O profissional de fonoaudiologia trabalhará com as funções de afasia que prejudica a fala e a Linguagem. O tratamento será adaptado de acordo com as necessidades e limitações do paciente e iniciado logo após o acidente vascular encefálico. Alguns exercícios desenvolvidos são de prática de leitura e escrita de palavras-chave ou frase, ensaio de comunicação verbal ou não-verbal e de comunicação social.

    Fonte:www.centraldafonoaudiologia.com.br

    quinta-feira, 12 de março de 2015

    Dedo, chupeta e os problemas para os dentes das crianças

    Com a chegada dos primeiros dentes, o ideal é que a criança pare de chupar o dedo ou a chupeta

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    Na fase dos dentes de leite, uma das preocupações dos odontopediatras e dos pais é o hábito de usar chupeta ou chupar o dedo. Esses hábitos correspondem a um instinto natural dos bebês, o da sucção, e, principalmente para os que não mamam no peito, são uma espécie de mal necessário – o bebê precisa mesmo sugar e não se deve privá-lo disso.
    Porém, os movimentos de sucção realizados para chupar o dedo ou a chupeta estão longe de ser os ideais para a dentição do bebê. Diferentemente dos movimentos para sugar o peito, não favorecem de forma correta o desenvolvimento da musculatura e dos ossos faciais, prejudicando assim a deglutição, a mastigação e a fala. A freqüência, a intensidade e a duração desses hábitos podem determinar problemas ortodônticos nos dentes permanentes.
    É mais fácil controlar esses três fatores (freqüência, intensidade e duração) com a chupeta do que com o dedo. A primeira pode ser retirada em momentos estratégicos (assim que o bebê adormece, por exemplo) e o dedo está, literalmente, "sempre à mão". É mais fácil, também, tirar a chupeta na época necessária – sendo o ideal até os 2 anos, segundo os dentistas. Mas eles também acreditam que, se o hábito for removido até os 3 ou 4 anos, eventuais problemas ortodônticos podem ser revertidos.
    O que o hábito pode causar
      - Deixar a arcada muito estreita ou muito aberta.
      - Favorecer a mordida cruzada.
      - Empurrar os incisivos superiores para frente.
      - Prejudicar o formato do palato (céu da boca).

      Como minimizar esses efeitos

      - Use chupetas ortodônticas.
      - Não ofereça a chupeta a todo momento nem ao menor sinal de choro do bebê.
      - Não deixe a chupeta pendurada na roupa ou em correntinhas, sempre à disposição.
      - Assim que a criança adormecer, retire a chupeta.
      - Se o bebê chupa o dedo, tente substituir pela chupeta ortodôntica.
      - Quando a criança estiver com o dedo na boca, atraia sua atenção para atividades que ocupem as mãozinhas.
       
      Fonte: Revista Crescer

    segunda-feira, 9 de março de 2015

    Alteração de processamento auditivo: dificuldades no desenvolvimento de linguagem

       Os transtornos do processamento auditivo ocorrem devido a uma alteração ou inabilidade na recepção, análise e processamento da informação auditiva. Podem afetar a compreensão de fala, o desenvolvimento das habilidades lingüísticas, a percepção dos sons de fala e conseqüentemente o aprendizado de maneira eficiente.
     
       Trata-se de uma dificuldade para entender, discriminar, memorizar e compreender a fala, quando a audição periférica e outras funções cognitivas possuem sua funcionalidade preservadas. Em alguns casos podem ocorrer outras alterações associadas.
     
       As alterações do processamento auditivo são conseqüência da dificuldade do sistema auditivo na recepção, análise e processamento da informação sonora. Podem afetar a compreensão de fala, o desenvolvimento das habilidades lingüísticas e a capacidade de percepção dos sons, prejudicando desta forma o aprendizado escolar.
     
       O diagnóstico só é possível por meio da realização de uma bateria de testes audiológicos, no qual serão verificadas algumas habilidades específicas da função auditiva. A bateria inclui a avaliação audiológica, testes específicos e algumas avaliações eletrofisiológicas que poderão auxiliar neste diagnóstico.
     
       Esta alteração pode ocorrer tanto em adultos como crianças.
     
       A avaliação do processamento auditivo requer a competência mínima da habilidade lingüística da criança para aplicação das provas. Além disso, a maturidade do sistema auditivo e neural é importante. Geralmente é possível a avaliação dessas habilidades na fase em que a criança inicia o processo de alfabetização.
     
       As dificuldades de processamento auditivo podem ocorrer devido a diversos fatores. É difícil afirmar o que determina, geralmente não há um único fator associado. Algumas alterações, como transtornos do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dificuldades no processo de alfabetização, síndromes ou alterações no desenvolvimento podem estar associadas aos problemas de processamento auditivo.
     
       Alterações de processamento caracterizam-se pela dificuldade de compreensão da informação auditiva. Na presença de ruído essa dificuldade é muito maior. Geralmente é a criança com dificuldades para manter a atenção durante explicações verbais, entender a fala em ambientes ruidosos, dificuldades na memorização de frases e nomes, atrasos no desenvolvimento de linguagem, diminuição na motivação para aprendizagem e dificuldades de relacionamento.
     
       A maioria das crianças que possui os sintomas característicos da alteração de processamento apresenta limiares auditivos dentro do padrão de normalidade, ou seja, a sensibilidade auditiva está preservada. É possível a detecção desta alteração por meio da avaliação específica.
     
       A criança com alteração do processamento é aquela que escuta a informação, mas não consegue entendê-la. Na presença de ruído de fundo e quando o interlocutor está distante todas essas dificuldades aumentam. Terapia fonoaudiológica, apoio e trabalho psicopedagógico são importantes.

    Fonte:
    www.programainfantilphonak.com.br

    quinta-feira, 5 de março de 2015

    Disfonia Infantil

       A voz é uma produção sonora emocional, expressa nossos sentimentos, nossos anseios, nossas emoções, revela saúde e outras características. É uma das extensões mais fortes da nossa personalidade.
     
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       Pais, educadores, pediatras, dão pouca importância às alterações vocais na infância, o que faz com que a incidência da DISFONIA (Distúrbios Vocais) na população pediátrica seja ainda controversa na literatura. As alterações da fala chamam mais a atenção e é uma preocupação de todos, enquanto as alterações na Voz não representam preocupação, mas deveria, pois ela pode interferir no comportamento social e emocional.
     
       Estudos epidemiológicos realizados em escolas, referem uma incidência entre 6 e 23%, dependendo da localização da escola, aspectos variados e de uma série enorme de considerações metodológicas. Constata-se que 70% das crianças que são roucas, apresentam nódulo vocal, o pico de incidência ocorre em 5 e 10 anos de idade, sem diferença quanto ao sexo, embora se observe uma maior tendência no sexo masculino, provavelmente pela exigência social de um comportamento mais agressivo nesse sexo.
     
       Os fatores causais são diversos, podemos citar hábitos inadequados, fatores ambientais, físicos e psicológicos, estrutura de personalidade, inadaptação fônica e fatores alérgicos, entre outros.
     
       A DISFONIA INFANTIL tem se constituído em um desafio para médicos e fonoaudiólogos, tanto no que se refere ao diagnóstico quanto ao processo terapêutico. As pesquisas que tem por objetivo o conhecimento da produção da voz normal e os avanços tecnológicos, que resultaram na utilização de fibras óticas para a visualização da laringe infantil, tem permitido compreender de forma mais plena, tanto a anatomia como a fisiologia desse órgão infantil, que sabidamente não se constitui em uma “laringe adulta” em miniatura.
     
       Esses exames têm permitido precisar o diagnóstico e planejar um atendimento á criança com alteração vocal. É importante não só se preocupar com a criança que apresente dificuldades para falar, mas também com as crianças que apresentem um quadro de DISFONIA.
     
       É necessário conhecer, estar atento, é preciso diante de sintomas como uma rouquidão mais freqüente, “veias” saltadas do pescoço, esforço vocal, que todos aqueles que tem contato mais próximo com a criança, a encaminhe ao médico otorrinolaringologista ou procure o fonoaudiólogo, que são os profissionais aptos a conduzirem orientações e o tratamento adequado dos distúrbios vocais.
     
       Diante disso, o autoconhecimento vocal ganha importância, assim como adquirir comportamentos que levem ao uso correto e a preservação da voz pela criança. A VOZ é um meio essencial de comunicação e um Instrumento precioso de trabalho, portanto merece uma atenção e carinhos especiais.
     

    segunda-feira, 2 de março de 2015

    Descubra como evitar problemas auditivos em qualquer fase da vida

    Em qualquer lugar do mundo, o resultado da equação é sempre o mesmo: jovem + música = som ao máximo. Isso não é nenhuma novidade, pois há décadas o principal desentendimento dentro de uma casa com adolescentes é o alto volume que sai das caixas de som. Até que, para descanso dos pais, surgiu o fone de ouvido. Assim, a tecnologia trouxe os tão desejados decibéis a mais, só que, de carona com quem abusa do volume por um longo período, veio a perda de audição. Uma pesquisa feita pela Universidade do Colorado e pelo Children’s Hospital, nos EUA, mostrou que o limite seguro para quem quer ouvir música o dia inteiro é não passar de 50% da capacidade dos aparelhos. Para aqueles que gostam de som alto e não querem ter problemas, é possível subir a 70% do volume máximo por apenas quatro horas e meia ao dia. Um aumento para 80% do total reduz o prazer em ouvir músicas há somente 90 minutos diários para não causar danos à saúde.
     
     
    Fones: usar ou não?
    Outro estudo norte-americano, desta vez feito pela Universidade Northwestern, aponta para outro vilão: os fones de ouvido. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que os mais nocivos são aqueles que se encaixam dentro do ouvido (apenas como curiosidade, na nova terminologia anatômica, “ouvido” foi substituído por “orelha”). Tudo porque a posição interna aumenta a intensidade final do som em até 9 decibéis, além de causar infecções com o uso de fones compartilhados ou sujos. Segundo os especialistas, a melhor maneira de controlar o volume ideal é poder ouvir alguém conversando mesmo com o aparelho ligado. O otorrinolaringologista Luciano Rodrigues Neves, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que “o ouvido não escuta nada, quem escuta é o cérebro. O ouvido recebe e transforma as ondas mecânicas do som em impulsos elétricos, que são enviados ao cérebro. Se o som estiver muito alto, o cérebro dá uma modulada e a pessoa se acostuma e se adapta a isso. Agora o impacto da onda sonora no ouvido interno pode variar de intensidade e, dependendo do tempo de exposição, causar problemas a longo prazo”
     
    Quem são os vilões?
    Mais de 5 milhões de adolescentes norte-americanos já apresentam algum grau de perda auditiva, sendo que 250 mil têm danos definitivos, segundo informações do Journal of Pediatrics. A principal causa é o uso inadequado de MP3 e a freqüência assídua a shows de rock. Na França, por exemplo, os MP3 podem atingir o máximo de 100 decibéis e o governo ainda recomenda o tempo de exposição às ondas sonoras.
     
    Tudo isso porque o abuso já deixou um em cada quatro jovens franceses com o distúrbio. No Brasil, não existe uma pesquisa específica sobre esses tocadores de música, mas há determinações do Ministério da Saúde sobre o ruído no trabalho, que, se adaptarmos ao nosso dia-a-dia, podem acrescentar uns bons anos de audição perfeita. O censo de 2000 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabilizou quase 6 milhões de pessoas que se declararam deficientes auditivos. Se levarmos em conta a informação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a exposição ao ruído é a segunda causa de surdez no mundo, pode-se ter uma noção do número de pessoas afetadas pela poluição sonora. Para quem ainda não acredita nos efeitos nocivos de ondas sonoras intensas e frequentes, é só procurar exemplos na própria música. Alguns famosos são Eric Clapton, Phil Collins e o brasileiro Rogério Flausino, vocalista do Jota Quest. No DVD Até onde vai da banda mineira, foi inserido um documentário sobre a descoberta do problema. Flausino, depois dos shows, sentia muita dor de cabeça e ficava completamente surdo. Ao procurar ajuda médica, foi constatado que perdeu, em dez anos de trabalho, 30% da audição no ouvido direito pelo uso constante de earphone, aqueles aparelhinhos, também chamados de retorno, que os músicos usam para controlar o som que o público está ouvindo.
     
    Por que cuidar agora
    “O ouvido é semelhante a uma caderneta de poupança: quanto mais você poupar enquanto é jovem, melhores serão as chances de prolongar uma boa audição”, diz o especialista da Unifesp. A perda da audição é longa e silenciosa, e só vamos descobrir o problema no futuro. Depois de 20 ou 30 anos, são colhidos os resultados de todas as extravagâncias que cometemos durante anos. O otorrino também esclarece que a presbiacusia (diminuição da audição por envelhecimento) “começa a partir dos 50 ou 60 anos de vida. O que os médicos estão percebendo é que, em função da poluição sonora, as pessoas estão tendo perdas auditivas significativas numa idade bem precoce, com 30 ou 35 anos”. Por isso é tão importante prevenir o problema o quanto antes. E essa é mais uma tarefa difícil para pais zelosos com a saúde de seus filhos. Uma conversa franca, mostrando tudo o que pode acontecer no futuro, é um bom começo. Se eles não atenderem ao chamado da razão, então vale optar por medidas mais drásticas, como comprar aparelhos com softwares que permitem, por meio de um código ou senha, a regulagem da intensidade do som dentro do limite saudável.